Sinto-me nua, porque vou despir-me em frente de ti, sem pudores. Mostrar-te o que sou finalmente, para não esqueceres nunca. Eu não encontro uma razão, mas tenho isto na minha cabeça e tenho de dizer-te: como eu te amo. Não, por favor, não digas que também, isso é mentira.
Como estava a dizer, tenho esta coisa em mim: que não aguenta sem falar contigo, sem uma das tuas piadas estúpidas, independentemente por mensagens ou chamadas, ela ri e cria um sorriso pequeno e disfarçado. Esta coisa permite-me viver um dia de cada vez.
Se já viste o que sou, porque não me tocas e embrulhas-me em teus braços? Tu não me deixas ser, e a vida torna-se monótona, porque eu aqui encontro-me despida e sem vontade de viver o que gira em minha volta.
Se me amas, como eu te amo, procura-me, se eu tiver febre, refresca-me, se me vires chorar beija-me como se fosse uma ferida. Só assim serei feliz. Mas, como vês eu não percebi isso tão cedo, era uma criança a brincar e fartei-me do jogo, parti para outra, mas a persistência ganhou. Estes são os demónios que eu enfrento. Porque se eu nunca te tivesse largado, podia ser muitíssimo feliz, faria-te alguém perfeito, alguém meu.
Agora, sinto-me assustada, porque eu esforço-me para mostrar-te o que tens a perder e a ganhar, neste jogo de alto risco. Mas tu não vês, és cego e ledo como os outros. Estás tão distante das portas abertas.
Finalmente, vesti-me depois de todo que despi, e olho-te nos olhos.Vês? É aquilo que és perante mim, agora aqueles braços pequenos e magros enquanto as lágrimas escorrem e desvanecem-se contra o tempo, que age sobre nós.
